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24.2.17

Art Africa Fair 2017 Vernissage

e ontem foi abertura da Art Africa Fair 2017, mais um dos vários eventos culturais que acontecem em Cape Town, uma oferta em quantidade e qualidade que por vezes é-me difícil decidir para onde ir. 

muitas caras novas, muitas conversas novas, descobertas de artistas que não conhecia, mas também reencontros com pessoas e trabalhos que com alguma frequência tenho visto andando por ai. 

uma abertura num espaço multifuncional que não se aproxima de uma galeria... uma mistura de arte em diferentes formatos onde um DJ Invizable se mistura com fotografia e instalações ao mesmo tempo que o Chef Loic Dablé e o Ibrahim Baaith (pintor) fazem as suas performances, um ao lado do outro como se estivessem sincronizados. 

[This exhibition explores the fragile yet enduring pertinent attitudes of our time, as engaged by artists through paintings, sculptures, prints, photographs, videos, installations, performances and mixed media. These are contemporary artists whose creative and intellectual quest is the continuous wrestling with various themes ranging from the personal, social, political to cultural, aesthetics. 

Artworks on show render A Flagrant Arcade an internal space that coordinates the external, a site concerned with the subtleties of current euphoria, beauty and pleasure without eclipsing those human experiences and social predicaments that are disquieting. 

The interest is in artworks that explore creative languages and innovative uses of mediums, genres and materials in ways that yield shifts in contemporary art. A particular focus is on artworks whose evolution resides on the constant advancement of innovative artistic interventions implicated with reflections and appreciation of everyday livelihoods and ordinary practices. 

Such a curatorial duologue is an explorative exercise enabled by artist expressions of visual and performance artists whose work endows A Flagrant Arcade with meaning and value.]

20.2.17

#CTAF17

e fecharam-se as cortinas da 5ª edição da Cape Town Art Fair, a primeira para mim.

três dias de muitas mensagens em diferentes formas de arte, três dias de muitas conversas interessantes, três dias de muitas misturas, três dias de muitas descobertas, mas também de muitos momentos simples mas inesquecíveis como sentar-me ao lado do Justin Dingwall e ter uma conversa como se fossemos íntimos! olhar de perto o Tumelo Mosaka numa simplicidade e afável disponibilidade que quase ofusca aquele cérebro de génio... descobrir o Massimo Agostinelli e os seus Anagrams, ouvir as histórias de Albie Sachs naquele que foi para mim o melhor talk da feira... cheirar as obras do Pieter Hugo, desfolhar uma edição da revista Chimurenga, "tocar" numa peça de Yinka Shonibare Mbe ou uma simples troca de ideias com a maravilhosa Tony Gum numa timidez próprio de alguém que aceita com bastante humildade a grandeza e qualidade do seu trabalho... enfim, a lista seria grande e possivelmente não termina num único texto todas as coisas boas que aconteceram na #CTAF17.

como em qualquer evento independente do segmento, no final é com naturalidade que pessoalmente escolhemos os destaques, mesmo depois dos factos que apontei no paragrafo acima, a que escolher um destaque, não adianta fingir.

podia destacar aqui o interessantíssimo vídeo Afro Promo #1King Lady da zimbabueana Nora Chipaumire ou o impacto perturbador das mensagens do Kudzanai Chiurai... mas vou propositadamente puxar o peixe para o meu lado e torcer pelos meus ou no caso o meu, pelo simples facto de ser uma grande vitória de alguém que vem de um lugar que a arte se encontra num sarrabulho de enganos, mentiras, intrigas desnecessárias, falta de investimento e formação e principalmente pelo engano quase geral de muitos que autointitulam-se de artistas porque falsos curadores e galeristas os fazem acreditar numa mentira!

o meu destaque para #CTAF17 vai exclusivamente para o Edson Chagas, por ser o primeiro e único artista angolano com trabalhos que fazem parte do espolio do Zeitz Museum Of Contemporany Art Africa – MOCAA, o primeiro e maior museu em África dedicado a arte contemporânea, que vai abrir aqui em Cape Town em Setembro deste ano. se isso não é uma noticia de destaque num país em que as boas coisas normalmente são reconhecidas de fora para dentro... então é porque continuamos a seguir pelos trilhos errados dando legitimidade a mediocridade. fiquei feliz pelo Edson e orgulhoso pelo destaque que o seu trabalho teve na feira.

não há voltas a dar, Cape Town é o place, a par de 3 ou 4 cidades africanas, definitivamente são esses os lugares que a arte angolana tem que se focar e desligar-se um pouco do cliché que a internacionalização da nossa arte significa Lisboa... concentremo-nos na proximidade de cidades como Acra ou Iaundé com humildade e sem aquela arrogância que somos os maiores, assumir que nos falta mais formação, ler muito, escrever e investigar mais para que possamos construir uma base suficientemente sólida para no mínimo tentarmos nos aproximar do movimento cultural duma cidade como Nairobi, para citar o país da artista Jackie Kurati vencedora do Cape Town Art Fair 2017 Tomorrows/Today Young Artist Award.


next stop, de 24 de fevereiro a 5 de março, Art Africa Fair 2017.

17.2.17

Cape Town Art Fair Vernissage

para todos os países que acreditam que os poços de petróleo, as descobertas das grandes pedras de diamantes e tantas outras supostas riquezas naturais compram o desenvolvimento intelectual dos seus povos, desistam porque estão no caminho errado... para chegarem a este nível ou o mais próximo dele não existe outro caminho se não investirem na formação das pessoas.