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28.10.16

parabéns Mother City

existem muitas razões para qualquer pessoa apaixonar-se por esse lugar... agora, existe esse segundo lugar como motivo maior para outras pessoas visitarem a cidade. 


cidadania e trabalho comunitário

a uns 10 km do centro de Cape Town, Oude Molen Eco Village é uma pequena vila meio rural, meio hippy, com um conceito ecológico e sustentável, onde se juntaram pequenos negócios que encontraram ali o alojamento ideal para o seu comercio. 

estúdios de música, pequenos restaurantes, oficinas de artesanatos, alojamento para mochileiros, instalações de agricultura urbana, serviços sociais, culturais e educacional que funcionam num formato pró-ativo com a participação da comunidade local, que transformou o local abandonado num modelo construtivo através da cidadania. 

uma tarde no lugar é uma experiência maravilhosa para pais, filhos, avôs, solteiros, casados, etc.

18.10.16

Buskers Festival

com outra dimensão e outro conceito, o festival é parte do Cape Town Fringe Festival, direcionado para um público frequentador de centros comerciais. 

aconteceu no V&A Waterfront a primeira edição do Buskers Festival, com a repetição de algumas bandas que se apresentaram no Fringe, sendo que o maior destaque foi para artistas e bandas de rua, alguns deles autênticos cacheiros viajantes. o festival decorreu em diferentes pontos do centro comercial, sem qualquer custo para o público que se juntava para assistir as performances, no entanto, no final de cada apresentação, os artistas pediam ao público que dessem o valor que achassem justo para o concerto que tinham acabado de assistir.

12.10.16

How the Water Moves

terminou o Cape Town Fringe Festival, o meu primeiro festival em Cape Town e também o primeiro contacto tão próximo que tive com o teatro e a música produzidos na Africa do Sul. foram 17 dias de incríveis descobertas, cada uma com o seu sabor, algumas difíceis de digerir, outras trouxeram-me lágrimas doces, muitos sorrisos e grande satisfação pelo privilégio de presenciar esses momentos. como angolano e respeitando as diferenças do percurso histórico entre Angola e a Africa do Sul, tive momentos em que senti inveja deste lugar ou mesmo tempo que várias vezes perguntava-me “mas afinal o que nos falta?”, mas isso é assunto para um outro post. 

quando escrevi sobre actuação da Maya Spector & Asanda Mqiki, disse que teria muitas dificuldades de escolher qual seria para mim o melhor momento do Fringe, mas isso, foi antes de ver o concerto da Msaki, vencedora de 2015 do Standard Bank Young Artist of the Year. com a voz tremula e de presença muito tímida em palco, caíram-lhe as lágrimas com o grande carinho da plateia... Msaki levou a plateia para um lugar desconhecido, puro e sereno ao mesmo tempo, uma viagem que cruzou caminhos tão distintos mas que se misturam no mesmo som, caminhos do soulful, folky, erudita, africana e tantas outras coisas que os meus ouvidos nunca tinham experimentado. 

um saxofonista que parecia conversar com a sala, um baterista que se fazia ouvir sem fazer ruído, uma arpa que impôs o seu som característico e que quase levou a sala para um choro colectivo... foi um momento único e com certeza o melhor de todo o festival, até porque ela teve uma nomeação no Fringe Fresh Awards, na categoria Fresh Music.

pergunto-me sempre, se músicos com a capacidade artística de levar o público para esse tipo de viagem, tem a noção do impacto que a sua arte tem na vida de uma pessoa que saiu de casa apenas para curtir a um concerto, e regressa com os sentimentos todos desarrumados, mas mais sensível e feliz. 

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Msaki is a rare breed of artist. She disrupts your senses with her alto voice and subtle tales of love, loss, home, revolution and hope. Msaki & The Golden Circle Tribe is soulful, folky, symphonic and African. They will perform music from Zaneliza: How the Water Moves, Msaki’s debut album, co-produced with Nduduzo Makhathini, Standard Bank Young Artist of the Year for 2015. Zaneliza boasts an eclectic mix of talented musicians, The Golden Circle Tribe, who came together to serve the vision of an artist coming into her own sound. They won a Standard Bank Standing Ovation Award for this production at the 2016 National Arts Festival in Grahamstown. Selar!

10.10.16

Vocal Explosion

faz aproximadamente 7 anos que fotografo concertos musicais e outro tipo de performances em que a iluminação tem um papel fundamental não só para os músicos, fotógrafos, mas também para o público que nem sempre se apercebe da importância desse elemento para o sucesso do concerto. há vezes até que o técnico de iluminação é também um artista, envolvendo-se a fundo na performance do artista, contribuindo muito para o sucesso do show. 

ontem, no concerto da Maya Spector & Asanda Mqiki, a iluminação esteve completamente sincronizada com a banda ao mesmo tempo que o técnico explorou as características especiais da sala... os detalhes do teto, os candeeiros e até a iluminação natural que entrava através das janelas, foram detalhes bem aproveitados que muitas vezes dei por mim a fazer planos da iluminação da sala com o mesmo respeito e entusiasmo que fotografei a Maya, a Asanda e a banda. 

mais um extraordinário momento que passei no Fringe, um festival que com certeza terei dificuldade em escolher a melhor coisa que vi, porque cada show é melhor que o outro! 

gosto de artistas que em palco assumem uma personagem, que se movimentam como se estivessem na cena de um filme... gosto de captar essa representação porque acho que ela faz parte das actuações ao vivo e combina muito bem com o jazz... os movimentos do corpo, o dialogo com a plateia, a linguagem facial e até as roupas que usam em palco... para mim, tudo isso faz parte do show. a Maya apresentou-se em palco com todas essas características, num dueto com uma Asanda que tem uma voz que parecia um instrumento musical acústico! 

foi um momento doce, puro e de grande explosão.

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After meeting at the 2015 Cape Town Fringe, Maya Spector and Asanda Mqiki return this year pooling their varied talents in a
joint collaboration which showcases both of their soulful and powerful voices in a jazzy, funky, smooth, groovy “vocal explosion” suitable for all ages. Raised around the world, Maya Spector has performed on stages from Tokyo to Cape Town and Asanda Mqiki is a multi award winning South African vocalist. Their different and unique stories compliment one another in this collaboration that will engage and entrance this year’s Fringe audiences.