terminou o Cape Town Fringe Festival, o meu primeiro festival em Cape Town e também o primeiro contacto tão próximo que tive com o teatro e a música produzidos na Africa do Sul. foram 17 dias de incríveis descobertas, cada uma com o seu sabor, algumas difíceis de digerir, outras trouxeram-me lágrimas doces, muitos sorrisos e grande satisfação pelo privilégio de presenciar esses momentos. como angolano e respeitando as diferenças do percurso histórico entre Angola e a Africa do Sul, tive momentos em que senti inveja deste lugar ou mesmo tempo que várias vezes perguntava-me “mas afinal o que nos falta?”, mas isso é assunto para um outro post.
quando escrevi sobre actuação da Maya Spector & Asanda Mqiki, disse que teria muitas dificuldades de escolher qual seria para mim o melhor momento do Fringe, mas isso, foi antes de ver o concerto da Msaki, vencedora de 2015 do Standard Bank Young Artist of the Year. com a voz tremula e de presença muito tímida em palco, caíram-lhe as lágrimas com o grande carinho da plateia... Msaki levou a plateia para um lugar desconhecido, puro e sereno ao mesmo tempo, uma viagem que cruzou caminhos tão distintos mas que se misturam no mesmo som, caminhos do soulful, folky, erudita, africana e tantas outras coisas que os meus ouvidos nunca tinham experimentado.
um saxofonista que parecia conversar com a sala, um baterista que se fazia ouvir sem fazer ruído, uma arpa que impôs o seu som característico e que quase levou a sala para um choro colectivo... foi um momento único e com certeza o melhor de todo o festival, até porque ela teve uma nomeação no Fringe Fresh Awards, na categoria Fresh Music.
pergunto-me sempre, se músicos com a capacidade artística de levar o público para esse tipo de viagem, tem a noção do impacto que a sua arte tem na vida de uma pessoa que saiu de casa apenas para curtir a um concerto, e regressa com os sentimentos todos desarrumados, mas mais sensível e feliz.
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Msaki is a rare breed of artist. She disrupts your senses with her alto voice and subtle tales of love, loss, home, revolution and hope. Msaki & The Golden Circle Tribe is soulful, folky, symphonic and African. They will perform music from Zaneliza: How the Water Moves, Msaki’s debut album, co-produced with Nduduzo Makhathini, Standard Bank Young Artist of the Year for 2015. Zaneliza boasts an eclectic mix of talented musicians, The Golden Circle Tribe, who came together to serve the vision of an artist coming into her own sound. They won a Standard Bank Standing Ovation Award for this production at the 2016 National Arts Festival in Grahamstown. Selar!