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21.12.16

Mother City, definitivamente um lugar de acontecimentos inesquecíveis!

entre as muitas coisas positivas que Cape Town oferece aos seus habitantes (locais e turistas), tenho uma grande convicção que a preocupação com o bem estar das crianças está entre o top 5. nunca conheci um lugar onde os pequeninos têm a possibilidade de participar em quase tudo de bom que a cidade oferece. 

Symphonic Picnic Concert, como o próprio nome acusa, foi um show de música clássica num jardim na zona de Green Point, num evento aberto para todas as idades, onde o público foi convidado a ver a Cape Town Philharmonic Orchestra munidos com cestos de piquenique. ao final da tarde, lá estavam famílias completas, idosos, jovens namorados e adolescentes, sentados no jardim a volta do seu farnel ao som de música clássica, esse estilo musical erradamente quase sempre conectado para um publico intelectual! 

o aroma do ambiente era tão bom e terno que a música passou para segundo plano... ainda assim, foi impossível deixar passar a grandeza das vozes do casal de tenores que arrepiou agradavelmente o publico incluindo o recém-nascido deitado ao meu lado!

19.12.16

where cape foodies meet

os mercados são uma cultura tão enraizada por cá que este tipo de evento é comum e possivelmente para muitos habitantes locais é algo trivial. 

apesar de mais de 6 meses por cá, para mim ainda é algo surpreendente ao ponto que cada vez que descubro um novo mercado, acho sempre que é o melhor de todos! 

City Bowl Market foi a minha ultima descoberta, o lugar que se apresenta como um espaço de conversas ao redor da comida. diferente de todos os outros que já estive, o City Bowl acontece num lindo teatro edificado num edifício histórico, o mercado é muito concentrado na comunidade local, com uma seleção gastronómica fresca e de qualidade elevada, tendo também como objectivo ser uma plataforma de promoção do comércio local. 

há de tudo, desde o bom vinho ao bom queijo, um hamburger caseiro com um sabor inesquecível, cocktails para todos os gostos, frutas e vegetais frescos, roupa vintage, pastelaria francesa e logo a entrada chamou-me atenção a galeria de arte que mistura obras plásticas com discos em vinil da década 80 e revistas dos heróis de banda desenhada. 

a música ao vivo passa quase despercebida ao grupo sentado na longa messa corrida feita com portas de madeira... a voz roca do músico que interpreta música country confunde-se na sonoridade do espaço entre as vozes das conversas, o tocar dos copos de vinho e o grito das crianças que alegremente correm pelo espaço.

assumir a história...

visitar a South African National Gallery é como ler um livro de histórias com extratos de acontecimentos extraordinários que decorreram nesse país... a linguagem apresentada nas diferentes obras é a definição que cada artista escolheu para apresentar a sua Africa do Sul, demonstram também a diversificação étnica que o país tem. 

Women´s Work é uma delas, a exposição explora técnicas de um trabalho muito conectado ao género feminino, com narrativas históricas que celebram a criatividade artesã muitas vezes subestimada no mundo das artes.

tantas cores vivas, tantas imagens marcantes, tantas peças que nos fazem questionar a crueldade humana, enfim, tanta arte boa. entre os espaços de paredes brancas que compõem a galeria, sobressai um espaço completamente escuro com paredes pretas onde se apresenta o trabalho surpreendente do artista Mohau Modisakeng, vencedor do Standard Bank Young Artist for Visual Arts 2016. o trabalho do artista apresenta a sua visão pessoal com informação tirada da sua experiência como um jovem rapaz no Soweto, cruzando estradas de uma transição política violenta, Modisakeng usa a memória como um portal entre passado e presente para explorar temas da história, corpo e lugar dentro do contexto do pós-apartheid. 

com certeza, um lugar de visita obrigatória.