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6.9.16

um post longo para uma descoberta profunda.

da janela do comboio com destino a próxima paragem atravessei a França de norte a sul, cruzando paisagens que por vezes pareciam cenários perfeitos para filmes publicitários... com horas e horas de viagem até chegar a escuridão da noite que mudou a paisagem da minha janela com o reflexo do interior da carruagem. 
próximo da meia-noite cheguei Dax, pequena cidade com a sua pequena e sofisticada estação de comboios que aparentemente conseguir um táxi era tarefa fácil. hora e meia depois de muitos telefonemas e quase a cair no desespero chegava o táxi que me levou até Salies-de-Béarn, o meu destino final. 

depois de uma noite bem dormida, acordei com um dia lindo e temperatura altíssima... fora isso, parecia que tinha entrado numa maquina do tempo e recuado muitos anos, num lugar que a vista das casas pareciam que a cidade parou no tempo e os minutos do relógio andassem a velocidade de um camaleão! silêncio, paz, felicidade e alguma inveja de olhar aquelas pessoas que habitam um lugar onde se escuta as conversas dos pássaros. 

Salies-de-Béarn é uma vila que vive da fama da sua água termal, mas pessoalmente achei o lugar com coisas muito mais interessantes... a história, a arquitectura, as ruelas, o ambiente provinciano, o carteiro da bicicleta, a quase ausência da policia armada até aos dentes, a baguete e o croissant da padaria, a sensação da área cinzenta na palma dos pés, o olhar sereno e feliz do idoso que repousa no parque, a sensação de segurança... até a tourada parecia do antigamente! 

descobrir lugares assim alimenta aquela sensação da possibilidade de viver simples e ser-se feliz.