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25.8.16

Voilà... cá estou de volta a Paris

regressei a Paris num momento em que a França vive uma situação complicada e polémica, que normalmente acompanho a distancia do ecrã da televisão.

a viagem via Dubai com uma paragem de 3 horas num aeroporto com um terminal que mais parece um centro comercial de um país ocidental com excepção das pequenas mesquitas e das muitas mulheres completamente cobertas que vi num único espaço. apesar de todas as condições (o Terminal 3 oferece tudo ou quase tudo que um passageiro em transito precisa!) que quase me fizerem esquecer que estava no aeroporto internacional do Dubai, achei o lugar esquisito, deslocado e o mais chocante são os sinais bem visíveis da hipocrisia que existe no olhar que a cultura muçulmana tem dos hábitos e costumes ocidentais!

entretanto, Paris parece-me uma cidade insegura e em conflito consigo mesma... uma cidade que apresenta sinais de desconfiança de todos os cantos, onde os seus habitantes (incluindo turistas) sentem-se na obrigação de escolher o lado que apoiam numa guerra real e invisível. uns estão do lado A, outros são a favor do lado B, mas existem aqueles que por estarem por cima do muro são pressionados pelos dois lados para obrigatoriamente apoiarem um dos lados!

mas ainda assim, existem muitos franceses e não franceses que acreditam que Paris continua sendo Paris e jamais deixará de ser a cidade da luz e do amor.

7.8.16

e tudo continua a funcionar como já funcionava antes...


para um angolano nascido na década de 80, uma eleição não é um acto tão vulgar. com excepção de duas que presenciei em Angola, Portugal foi outro país onde tive a oportunidade  ver como se faz alternância do poder presidencial, partidário e também autarca.

no passado dia 3, aqui em Cape Town a quarta-feira parecia um domingo, e apesar da baixa temperatura o céu esteve limpo e o sol aqueceu o dia. a tolerância de ponto    deveu-se ao acto eleitoral, o primeiro que presenciei num outro país africano, esse continente que tem a fama (e proveito) que os actos eleitorais na maioria dos países geralmente são fraudulentos!

para um turista estrangeiro que pouca importância da as noticias da imprensa local, possivelmente não se aperceberia do acto, num dia que parecia normal como outro onde tudo funcionava como se fosse um domingo qualquer.

ao final da tarde, a promenade encheu de famílias, jovens, crianças, idosos, africanos, asiáticos, europeus, latinos americanos e outras gentes que caminhavam em direcções opostas e com olhar atento no lindo pôr do sol, sem preocupação do dia a seguir.

no dia seguinte, os jornais escreviam que foram umas eleições históricas... desde as primeiras eleições realizadas em 1994 e ganhas por Nelson Mandela, esta foi a primeira “derrota” do ANC.

um acto insignificante para um povo que pode decidir por quem quer ser governado.