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29.1.17

South-South: Let Me Begin Again

normalmente, a diáspora é um factor que nos aproxima mais do país ou da banda como nós angolanos dizemos... e na distancia, coisas que por lá por vezes são insignificantes, por cá têm um importância inexplicável. 

no sábado fui a Goodman Gallery para abertura da exposição South-South: Let Me Bagin Again, com obras do Kiluanji Kia Henda, do Binelde Hyrcan e outros artistas. 

nesse tipo de situações, sinto aquela estranha alegria ao deparar-me com o trabalho de conterrâneos e amigos... mais ainda, quando ouves desconhecidos a elogiar a cena dos kambas. é uma estúpida alegria porque sabes que não contribuíste em nada para aquele trabalho, ainda assim, a felicidade se instala em ti!
a par dessa felicidade, fui a exposição também para descobrir, conhecer, ouvir e até sentir coisas que desconhecia. o circuito parece ser "fechado", mas ser desconhecido traz algumas vantagens... e do nada inicia-se uma interessante conversa com Paulo Nazareth, artista brasileiro que expos um vídeo performance e fotos que retratam como no tempo do apartheid uma pessoa era definida como sendo negra através de um pente que era colocado no cabelo... um triste fenómeno próximo de alguns comportamentos da sociedade brasileira. 
depois, uma curta conversa com Renato Silva, outro brasileiro de São Paulo, que foi um dos curadores da exposição que apresentam desenhos paralelos entre artistas do hemisfério sul, cujo o trabalho situa-se dentro e além da vida após a morte das revoluções politicas. Influencia cultural e divergências da história recente entre países como Cuba, Brasil, África do Sul e Angola, mas também outras regiões como Moçambique e a Namibia, com artistas nascidos nesses locais, residentes neles ou na diáspora. 

mas a maior descoberta e surpresa foi encontrar e conhecer a Esenje Helena Uambembe e a Teresa Firmino, duas jovens sul africanas que reclamo como conterrâneas por serem filhas de angolanos residentes na África do Sul. conversa vai conversa vem, a Helena explicou-me que o trabalho delas (KutalaChopeto) baseasse um pouco na história do pai, incluindo um vídeo performance de um jogo com regras muito próximas de um outro jogo que em angola chama-se 35 vitórias.